quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Entrevista com João



MB: Por que você resolveu realizar esse trabalho voluntário?
JOÃO: Mudança, queria mudar minha vida, meus hábitos, pensar mais no próximo, não me tornar tão egocêntrico como estava sendo, então depois de pensar muito decidi fazer parte desse trabalho, após um certo tempo o conceito "o próximo" se tornou mais forte para mim do que qualquer coisa. 

MB: Quais são seus planos para depois que acabar o programa?

JOÃO: Não tenho planos para quando o programa acabar. Quero ver minha datação na Africa, voltar para Camp Future e quem sabe trabalhar com algo relaciona a isso quando voltar ao Brasil. 

MB:
Do que você acha que a África mais precisa?

JOÃO: Educação Precisamos saber o que dizer a estas pessoas, não conseguimos mudar hábitos de milhares de anos de um dia para outro, mas podemos fazer o nosso melhor para essas pessoas lutarem por si mesmas.

MB: Para qual país da África você pretende ir? Por que?
JOÃO:  Ainda não decidi. Existem vários projetos pelos quais que me interesso, mas nada decidido.

MB:
Deixe uma mensagem para todos no Brasil.
JOÃO: Quando você quer algo, vá atrás, quando você vê
alguém fazendo, imite-a. Quando você vê  alguém querendo fazer, mas sem recursos, ajude-a.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Entrevista com Isabela


MB: Por que você resolveu realizar esse trabalho voluntário?
ISABELA: Porque temos a oportunidade de aprender formas de promover a auto-suficiência das pessoas. Sou formada em psicologia e, mesmo antes de entrar na faculdade, já fazia trabalhos comunitários e voluntários, acredito que existe muita coisa a ser feita onde quer que estejamos e se adquirirmos conhecimento podemos fazer muito mais.


MB: Quais são seus planos para depois que acabar o programa?
ISABELA: Continuar trabalhando com desenvolvimento local no meu país e, principalmente, no meu estado que ainda é muito carente.


MB: O que voce está achando do curso?
ISABELA: O curso é bem intensivo. Acho importante dizer isso para quem quer que esteja interessado em fazê-lo para saber que é um ritmo bem acelerado de estudos e trabalho. Eu já havia conversado com algumas pessoas que estavam em outros times então tem sido bem de acordo com o que eu imaginava. Acho que é um processo importante para o trabalho na África, pois trabalha várias habilidades que vamos precisar lá, como planejamento, liderança, fundraising. Aqui a primeira etapa a aprender quando começa o curso é administrar o próprio tempo para dar conta das tarefas, dos estudos e dos assuntos pessoais.


MB : Do que você acha que a Africa mais precisa?
ISABELA: A África, assim como todo país com muitas desigualdades sociais, precisa de educação. A população precisa conhecer seus direitos para poder lutar por eles. Como dizia Bob Marley: "você pode enganar algumas pessoas algumas vezes, mas não pode enganar todo mundo o tempo todo". Quando uma pessoa aprende não só a sobreviver, produzindo seus alimentos e gerando renda para si, mas também conhecer seus direitos, ela possui mais instrumentos para mudar sua realidade e dos que convivem com ela. Nessas pequenas mudanças de pensamento é que começam as evoluções e revoluções.


MB: Para qual pais da Africa voce pretende ir? Por que?
ISABELA: Quando escolhi participar deste programa, não me importei tanto com qual país iria, pois para mim o que importava é que iria encontrar pontos semelhantes com os resquícios de colonialismo que vemos no Brasil e outros diferentes, hoje ainda me sinto assim, mas tenho preferência por Malawi porque a língua oficial é o inglês e quero aprimorar minha fluência nessa língua.


MB: Deixe uma mensagem para todos no Brasil.
ISABELA: Quando escolhi participar desse programa, o primeiro preconceito que tive que vencer em mim mesma foi o de por que eu deveria ajudar a África quando meu país e região sofre problemas semelhantes. Duas coisas foram decisivas para a minha decisão. A primeira foi que queria me especializar em desenvolvimento local, mas não queria simplesmente fazer uma especialização, queria me envolver num projeto que já trabalhasse com isso e não encontrei esse segundo no Brasil, exceto quando já estava quase vindo para cá. E somado a isso, o trabalho no terceiro setor no Brasil ainda está se profissionalizando, quem trabalha nas ONGs são pessoas que trabalharam ali a vida inteira e eu era só mais uma inexperiente tentando um espaço, então programa caiu como uma luva para o aprendizado que estava buscando. E em segundo lugar, pessoas necessitadas estão em todo lugar, não importa muito quem você vai ajudar, contanto que você ajude. Com a experiência que estou adquirindo, terei mais conhecimento para levar para meu país.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Entrevista com Lex (nosso Team Leader)


MB: O que você fazia antes de vim para cá?
LEX: De 1976 a 1996 trabalhei em empresa aérea, depois como autônomo prestando consultoria (turismo e projetos culturais).


MB: Por que você resolveu realizar esse trabalho voluntário?
LEX: Vontade de mudar e fazer algo novo, diferente.


MB: O que você fez depois que acabou o programa?
LEX: Iniciei o programa em novembro de 2007 no Action Team. Participei da equipe de março 2008 e fui para a Africa no inicio de setembro 2008.
Apos o período na África retornei para camp future (fev 09) e resolvi aceitar a coordenação e treinamento das equipes para a Africa. Minha primeira equipe foi a de marco 2009 e esta é a segunda.


MB: O que você acha do treinamento?
LEX: Ter participado do treinamento aqui foi muito bom, pois sabia como o voluntário via a instituição e o treinamento em si (os prós e contras), o treinamento da equipe de março mostrou o outro lado e agora tenho uma idéia concreta do que fazer para aprimorar o programa. Alteramos muita coisa e organizamos melhor o programa em si, temos uma base concreta, uma estrutura pré-definida. Agora e só ir alterando o necessário e aprimorando cada vez mais.


MB: Do que você acha que a África mais precisa?
LEX: Muita coisa, os voluntários quando chegam e tem uma ideia mas muita coisa você descobre durante o treinamento e em muitos casos a pessoa muda sua opinião Quando chega lá você descobre mais, e um aprendizado constante.


MB: Para qual país da África você foi? Por que?
LEX: Fui para a Moçambique, minha decisão se baseou na língua, o português. Apesar de falar inglês, minha opinião é de que seria mais útil lá falando a língua oficial do país.


MB: Deixe uma mensagem para todos no Brasil.
LEX: Existem várias maneiras de ajudar a outro e não e necessário ingressar num programa de voluntariado para fazê-lo, e algo que podemos realizar no nosso dia a dia de várias formas. Porém realizando um programa como este você aprende muito e na maioria dos casos muda sua visão do mundo e seu comportamento com relação aos problemas existentes. Vê as coisas de uma maneira mais clara e precisa. Você aprende a viver em grupo, com pessoas de outras culturas, trabalhando em equipe, passa seis meses na África vivendo a realidade do dia a dia lá, convivendo com pessoas extraordinárias que lutam diariamente para sobreviver, mas não perdem a alegria e a vontade de viver e de lutar para melhorar. Depois de tudo isso você com certeza não é o mesmo.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A pobreza na Africa


Quantas vezes já nos perguntamos por que o maior continente do nosso planeta é também o mais pobre? 
Quando olhamos para o mapa-múndi, notamos que o continente africano ocupa uma posição singular: atravessado pelo meridiano de Greenwich e pela linha do Equador, surge como o centro do mundo. Aparente berço da humanidade, a África, tal qual uma mãe, tem de purgar silenciosamente todos os desmandos do "Homo superior".
Fornecedora da mão-de-obra que enriqueceu a Europa, paradoxalmente foi esquartejada na Conferência de Berlim (1884-85): constituiu-se em 53 países separados por fronteiras artificiais, com incontáveis grupos etno-culturais que tiveram sua coexistência, nem sempre pacífica, e seus modos de vida destruídos em nome do progresso.


Não bastasse o quadro natural adverso (1/3 de áreas desérticas e em expansão e florestas impenetráveis), a África é vítima do seu passado: possui o pior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e o maior IPH (Índice de Pobreza Humana) do mundo, ou seja, o menor PIB per capita, a menor taxa de urbanização, as maiores taxas de analfabetismo, de subnutrição, de natalidade, de mortalidade, de mortalidade infantil e de crescimento demográfico).


Além disso, convive com as doenças e a fome (na Somália, na Etiópia e no Sudão) e as guerras civis em Angola, Serra Leoa, Burundi, Ruanda e na República Democrática do Congo (ex-Zaire) e de fronteira (Chifre da África).


Sua economia, primário-exportadora, assegura o desenvolvimento, ainda que reduzido, de poucos países (Líbia, Egito, Marrocos, Tunísia, Zimbábue e África do Sul).


A maioria das nações vive da economia de subsistência, da plantation, quando não adoece ou passa fome.


Por ter mercado consumidor escasso, a África não pode participar do mundo globalizado, para o qual, não passa do lar de Tarzan e merece ser castigada, pois ousou sonhar com a liberdade após a "civilizada" 2ª Guerra Mundial. Seu lugar é apenas nos mapas.


Não bastasse isso, há duas décadas, a África da fome, das guerras e dos refugiados morre lentamente, vítima da AIDS. Mais de 23 milhões de casos numa população de 760 milhões de pessoas.


Nos 16 países em que mais de 10% da população está infectada (36% em Botsuana, 25% no Zimbábue e na Suazilândia, 20% na África do Sul e em Zâmbia), o HIV matará cerca de 80% dos adultos.


Além desses números, existem realidades que as estatísticas não alcançam e a Humana People to People vem desde 1977 desenvolvendo e ampliando mais e mais projetos para minimizar essa realidade.


Junte-se a nós, VAMOS AJUDAR A ÁFRICA!!!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Entrevista com Wernner



MB: O que você fazia antes de vim para cá? Wernner: Eu estudava direito numa faculdade no sul de Minas Gerais.

MB: Por que você resolveu realizar esse trabalho voluntário?
Wernner: Sempre quis realizar esse tipo de trabalho, pois sempre senti que me faltava algo, sentia um vazio muito grande e não sabia como preencher. Depois de muito pensar conclui que faltava eu mesmo e algo que realmente fizesse sentindo na vida. E acredito que ir a Africa e ajudar as pessoas que precisam vai me ajudar a descobrir quem eu sou, a me encontrar e com isso vou encontrar o sentindo para tudo.

MB: Quais são seus planos para depois que acabar o programa?
Wernner: Realmente não sei, quero rodar mundo. Ir onde precisem de mim. Rodar toda a Africa, conhecer todas culturas. Acho que a minha busca nunca vai ter fim. Sempre ajudando e sempre me procurando.

MB: O que você está achando do curso?

Wernner: Apesar de não entender muita coisa nas aulas, está sendo maravilhoso estar aprendendo quase todo o tempo. Aqui aprendo Inglês, cozinhar, capinar, viver em comunidade, novas culturas. Na verdade estou me sentindo uma criança começando a pré escola de novo. 
MB: Do que você acha que a Africa mais precisa?Wernner: De educação, de carinho e de atenção. Na verdade são muitas as necessidades da Africa. E poderia escrever sobre isso muito tempo principalmente por que os fatores que levam a africa a ser pobre são inumeráveis. Mas resolvi resumir a essas três coisas. Por que acredito que se comarcamos com esses três pontos vamos gerar a longo prazo todas soluções possíveis. E uma causa que todos deveriam abracar e lutar por ela. Não só pela Africa, mais por toda população necessitada do mundo.


MB: Deixe uma mensagem para todos que lêem o blog
Wernner: Torço para que todos vocês ao ler esse blog se identifiquem com nossa luta e que resolvam participar dela. Pois e uma luta que vale muito a pena e que engrandece a nossa alma.

sábado, 26 de setembro de 2009

O Começo.




Nosso time é composto por 17 pessoas de 9 diferentes lugares. Todos saíram de seus países e de suas vidas para se dedicar a uma causa mundialmente conhecida:
A Africa.
Em um mundo desigual, a Africa é o maior símbolo dessa desigualdade, devido a uma serie de problemas no processo de colonização e descolonização.
Temos acesso as imagens dessa realidade, ficamos emocionados quando vemos a imagem de crianças desnutridas e passando fome, ficamos chocados com os vídeos, filmes e documentários a respeito.
Mas o que fazemos para mudar essa realidade? o que fazemos para alterar essa situação que aflige?
Na maioria das vezes, nada. Uns por que acreditam que não conseguiriam fazer nenhuma diferença, outros por falta de tempo. Na verdade não importa o motivo, o que realmente interessa é que a maioria das pessoas se acomodada e não se move. Deixam de ser o beija flor que quer fazer sua parte para ser o Leão que foge do fogo na floresta. Para quem não conhece a historia: Um belo dia a floresta estava pegando fogo. E um Beija flor estava carregando uma gota de água do rio ate o fogo da floresta, quando o Leão que estava fugindo do fogo viu a cena e resolveu questionaro Beija Flor o por que de estar se esforçando daquela jeito, mesmo sabendo que não conseguiria apagar o fogo. Nesse momento o Beija-Flor nos ensina uma valiosa lição que todos devemos aprender:
- Eu estou fazendo a minha parte.
Mas o que é fazer a sua parte?
Acredito que existam varias maneiras de se fazer a nossa parte, e cada um pode fazer de uma forma, umas pessoas fazem doações de dinheiro, outras fazem campanhas em seu próprio pais para poder ajudar com alimentos e agasalhos. No nosso caso resolvemos ir ate a Africa e contribuir com o que aquele povo mais precisa, carinho, afeto e principalmente educação. A educação é a chave para que a Africa se torne mais humana.
Nesse time cada pessoa tem uma historia de vida, cada qual com sua fé. Mas todos acreditam que o mundo só vai ser melhor se todos fizerem sua parte. E por isso estamos aqui.






Equipe de Setembro 2009.